Como um dos fundadores do PDT, com apoio do Leonel de Moura Brizola, em 1979 beneficiado pela anistia ampla, geral e irrestrita, quando retornou ao Brasil após longo exílio no exterior. Na ocasião os brasileiros ávidos por liberdades, irmanados uniram-se em prol da causa de redemocratização do Brasil, quando o desejo máximo era a vontade popular manifestada nas urnas, para escolher seus representantes democraticamente e livres. Estava então estabelecido a banca rota aos milicos generais de plantão, durante 21 anos massacraram, prenderam e mataram trabalhadores, homens, mulheres e proibiram de forma severa qualquer manifestação.
Nos campos universitários estouraram bombas, na sede da OAB centro do Rio de Janeiro, cometeram atentados no Riocentro na Barra da tijuca, destruíram a redação do jornal O Pasquim, botaram bombas de grande poder de destruição nas bancas de revistas da cidade maravilhosa, a sede da UNE foi palco de sangrento embate entre os que resistiam e o pessoal do SNI, X9 e agentes secretos de todos os segmentos de opressão prontos para agir, os que insistiam em permanecerem vivos eram levados ao Pau de arara na delegacia do DOI-CODI adjetivada de “invernada de Olaria”, foi um verdadeiro Deus nos acuda.
Em prol dessa verdadeira briga titânica perdi a oportunidade aos 21 anos de ir para os Estados Unidos com tudo que tinha direito, entrando pela porta da frente na Terra do Tio Sam, com emprego garantido, moradia de qualidade, oportunidade de progresso, culminando com uma qualidade de vida confortável, todas essas benesses me foram oferecidas pelo cônsul americano que terminou seu mandato no Rio de Janeiro, mas havia um grande vínculo que me ligava a sua família, lamentavelmente deixei passar esse cavalo-branco, puro sangue, selado, por mim recusado a montaria.
Após toda batalha veio a conquista da Carta Magna brasileira, alguns dos meus companheiros de luta mudaram de trilho que construímos com sangue, suor, lágrima e obstinação, vergonha total. Lembro-me do Juruna, com seu gravador para provas contra o homem branco, Marcelo Alencar, Saturnino Braga, Cidinha Campos, Nilo Batista, Agnaldo Timóteo e tantos outros que não resistiram as tempestades produzidas pela vaidade, orgulho, egoísmo, individualismo, irresponsabilidades e outros.
Aqui em Teresina, província de Saraiva, esses péssimos exemplos da corte são copiados com muita competência, principalmente roubos, furtos defraudações, corrupções, desvios e farras com o dinheiro do contribuinte. Há três anos o prefeito de Teresina gastou seis milhões de reais na compra de livros sem licitação, com o agravante ato proibido pelo poder judiciário do Piauí. Tivemos um exemplo escabroso de um promotor de justiça estadual que negociou o arquivamento de uma sentença por uma bagatela de três milhões de reais, ao receber o sinal de novecentos mil reais, caiu em desgraça, mas como estamos no Brasil vai tomar muito whisky da safra de 1920 envelhecido em barris de carvalho, a custa do sacrificado trabalhador brasileiro, tenho convicção que a punição que receberá será o afastamento do seu mister com invejável salário sem dar um prego em uma barra de sabão.
Há três dias estourou uma bomba de nitroglicerina pura, o ex secretário de governo, detentor de mandato como deputado estadual, concorrendo as eleições municipais de Teresina ao cargo majoritário, está sendo investigado pela Polícia Federal e outros órgãos por se apropriar com mais de sete milhões de reais destinados a amenizar a fome, miséria e dificuldade dos artistas e promotores de eventos na madrugada de Teresina. Se estivéssemos na Indonésia ou Jacarta no continente asiático, indubitavelmente esses canalhas seriam enforcados em praça pública ou fuzilados para dar exemplo a futuros bandidos de plantão.
Será que o Brasil tem jeito? Vaticino a necessidade de uma purificação de raças, caráter ao exercício de cidadania plena, sendo o pavilhão nacional símbolo máximo de respeito a nação.
Carlos Amorim DRT 2081/PI