Ontem foi comemorado o dia mundial do Braille cuja escrita é criação de Louis Braille, oriundo da cidade de Coupvray na França. Tem grande importância para integração, inclusão e acesso para o cego a leitura através desses códigos oportunizando a 15 milhões de deficientes visuais no Brasil a concorrerem em pé de igualdade com os ditos normais.
Muitos deficientes através desses códigos chegaram às universidades e se notabilizaram pelo alto nível de conhecimento e competência, o primeiro colégio a ministrar aula nessa modalidade foi a escola dos meninos cegos no Rio de Janeiro instituído nos idos de 1.800 atualmente com o nome de Instituto Benjamin Constant, todo esse projeto foi elaborado por D. Pedro II que sensível e comprometido com as causas do povo brasileiro nos deixou esse legado.
Está disponível nesse site o CD em áudio denominado Guia Legal onde na faixa de nome conceito de pessoa com deficiência está explicitado quantos cegos existem no Brasil e no mundo, os níveis de cegueiras reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde do qual o Brasil é signatário e regulamentou através do decreto federal 3.298/1999 aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo presidente da república.
Na minha avaliação as instituições de cegos do Brasil devem solicitar dos nossos representantes federais emenda no decreto acima citado para diferenciar a pessoa com baixa visão, visão subnormal e visão monocular, isto é de olho único, nesses três casos a pessoa com cegueira total fica prejudicada, pois a legislação garante igualdade de atendimento e direito a todos com reconhecimento legal de deficiente visual.
Quero lamentar profundamente a omissão, ausência e desleixo da Associação dos Cegos do Estado do Piauí/ACEP por ter deixado passar impercebível essa data de tamanha importância e relevância para o cego do Piauí e do Brasil, não houve sequer uma palavra dita pela atual diretoria a nenhum veículo de comunicação mencionando as razões e motivos alusivos a data, nenhuma manifestação pública em logradouros, praças e avenidas.
Na sede da instituição Acep sequer lembraram a existência dessa data, enfim a entidade associativa sem fins lucrativos, filantrópica e com caráter de utilidade publica que tem atribuições de representar a comunidade de cegos do estado do Piauí em conformidade com registros de filiações de seus membros deixa a desejar, pisa vergonhosa e brutalmente no tomate e ao escorregar perde a credibilidade, respeitabilidade e representatividade para reger os destinos da Acep deixando-a vulnerável para que o estado promova uma intervenção em decorrência da ausência das responsabilidades, dignidade, competência e conhecimento para administrar uma instituição que não produz uma pitomba para custear seu próprio sustento, todo recurso provem do erário público ou da contribuição incentivada insistentemente com vários pedidos através de um tal setor de telemarketing que na minha opinião tem como objetivo único incentivar e perpetuar a cultura do pedinte, da mendicância e do coitadinho do ceguinho com a cuia na mão.
O momento que vivemos não é mais admissível esse tipo de procedimento que desmoraliza, humilha e exclui o cego com potencial de produtividade, respeitabilidade e responsabilidade gerando por parte da sociedade e de alguns invejosos uma antipatia gratuita aqueles que se destacam no dia a dia, que sofrem as maldosas insinuações com o modelo de comportamento dos ceguinhos acima mencionados.