Elefante branco

Candidato a presidência da republica, José Serra, em seu comício em Minas Gerais fez a promessa de construir um elefante branco se for eleito, isto é, criará um ministério da pessoa com deficiência do Brasil, segundo ele somos 30 milhões de pessoas com deficiência no país.

Em minha concepção, esse imenso contingente é diariamente desrespeitado, avacalhado, desmoralizado e humilhado. As leis vigentes no Brasil de garantia de direitos da pessoa com deficiência não são respeitadas nem mesmo pelos que deveriam zelar, proteger e obrigar aos recalcitrantes ao obedecê-las, cito o Ministério Publico do Piauí, enquanto Centro de Apoio Operacional de Defesa da Pessoa com Deficiência.

Alguns setores do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, como por exemplo a quinta secretaria cível que desrespeita o disposto na Lei 10.048/2000 regulamentada pelo decreto 5.296/2004, Lei 12.008/2009 que concede a pessoa com deficiência prioridade absoluta em demandas judiciais. Esta secretaria demorou 40 dias para publicar sentença do processo 2026 36/2009 no diário oficial, engavetou o referido processo por 16 dias, cito, de 12/07 a 28/07 quando foi remetida a apelação e as contra razões para o Tribunal de Justiça do estado do Piauí. Após ter havido a interferência ou intermediação da corregedoria do Tribunal de Justiça. Como perguntar não ofende, quero saber que tipo de prioridade é essa?

Outro agravante, é que não existe o número adequado de pessoas com deficiência qualificadas para galgar postos de comando nesse futuro ministério, em decorrência da falta de oportunidades e investimentos em adaptações para que o desenvolvimento e progresso alcancem a todos. Temos a cultura muito forte arraigada no sangue das pessoas do ceguinho com a cuia na mão ou coitadinho do ceguinho.

Se fizermos uma avaliação dos postos de trabalho ocupados por profissionais liberais com cargo de confiança ocupados por pessoas com deficiência em qualquer parte do Brasil, o resultado é negativíssimo, pois tanto o empresário quanto o estado brasileiro não criaram as devidas adaptações que são necessárias para que desenvolvêssemos com brilhantismo e produtividade a capacidade laboral.

É publico e notório que as atribuições desenvolvidas por pessoas com deficiência são de décimo escalão, como auxiliar de serviços gerais, atendente de telefone, almoxarife e câmara escura. Somos obrigados a nos acomodar, estagnar e ter a certeza da invalidez garantida com o proselitismo político de muitos que alardeiam a evolução e aplicação das cotas para inserir as pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

A criação desse tal ministério apenas fortalece o meu discurso feito na rede nacional de radio, globo, jovem pan e bandeirantes, que o seguimento da pessoa com deficiência é formado por pangarés e azarões comandados pelos jóqueis e lordes de puro sangue azul que continuarão segurando nossas rédeas em suas mãos com bastante força nos puxando para trás, para que eles se locupletem e tirem proveitos de nossa miséria, fome e ignorância para que continuem vivendo nababescamente e com poder de comando sobre todos nós em suas mãos.

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Jornalista Carlos Amorim
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