Cidade sem lei

Estive no Centro de Apoio Operacional de Defesa da Pessoa com Deficiência do PM/PI e para minha perplexidade recebi a boa nova como informação. Desde o dia 02 deste mês o referido Centro está desfalcado de promotora, pois a excelentíssima senhora Marlúcia Gomes Evaristo de Almeida está com novas atribuições que a impede de fazer audiências, tomar a termo denúncias e aplicar as tradicionais e conhecidas punições, como penas pecuniárias, ajuste de conduta, ação civil pública, etc. e tal.

Durante o pouco tempo que permaneci na secretaria senti um vazio como uma sensação de falência ou abandono da causa. Após ter me retirado do recinto continuei com meu pensamento voltado para aquela situação, culminando com o fortalecimento de inúmeros embates por mim protagonizados relativos ao compromisso desse órgão para com a pessoa com deficiência.

Com toda essa inoperância em virtude do reduzidíssimo número de servidores que deveriam potencializar as nossas causas, combatendo a gigantesca demanda reprimida, valorizando e respeitando o disposto na legislação federal vigente no Brasil pertinente a pessoa com deficiência nos itens concernentes a garantias de direito.

Sou um homem com deficiência visual com uma atribuição social e profissional muito grande, sou envolvido em muitas questões voltadas para a acessibilidade, educação da sociedade, para o atendimento da pessoa com deficiência, combate as atrocidades como: preconceito, discriminação, exclusão e principalmente a desobediência coletiva por parte da sociedade teresinense com desrespeito as leis de transito, formação de barreiras arquitetônicas em todos os níveis ao arrepio do código de postura de Teresina e a precariedade de vias e logradouros para que a pessoa com deficiência desenvolva o sagrado direito de ir e vir com a independência de liberdade.

O Ministério Público do Piauí quando fecha suas instalações que teria atribuições oficiais de combater todas essas mazelas que declinei acima, é como se estivesse dando um tapa na cara de todos nós. Eu só aceitaria esse tipo de procedimento se estivéssemos com todos os nossos problemas solucionados, inclusive os sinais sonoros da Avenida Frei Serafim instalados. Será esse o presente oferecido a Teresina em seu aniversário? Ou essa nossa capital e terra de ninguém?

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Jornalista Carlos Amorim
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