Em entrevista com o cantor Zeca Baleiro, após comentário em relação a cantores de Bumba meu boi e outras culturas do Maranhão que ele oportunizou gravações das suas obras, asseverou que a busca do sucesso é incessante e em muitas vezes ele não vem, se alcançado tem os “ossos do ofício”.
Sexta-feira (5) faleceu em um acidente aéreo a cantora Marília Mendonça, evidentemente houve grande repercussão, a imprensa brasileira ávida em alimentar seus espaços, desenvolveram cansativas biografias de toda a geração da cantora, compositora e interprete de saudosa memória.
É facilmente perceptível que os trabalhadores de reconhecimento público, por ossos do ofício tornam-se parentes, aderentes, pessoas da vida diária dos lares brasileiros, gerando em caso de tragédia, comoções imprevisíveis. É importante lembrar que geralmente os acidentes que culminam em morte de ídolos de algumas atividades públicas no caso específico comunicadores e artistas ocorrem geralmente vitimados por aeronaves de pequeno porte, no caso mais recente pereceram 5 pessoas, sendo a principal vítima uma cantora popular de um segmento musical.
Uma aeronave de uma empresa francesa que fazia voo internacional desapareceu no oceano atlântico no espaço de Pernambuco, não houve sobreviventes, não lembro de sensacionalismos em conformidade com o que ocorreu no sábado dia 6, quando todos os canais e todos os veículos de comunicação se debruçaram em repetidas matérias com 24h até o corpo da cantora ir para o leito de morte no cemitério Parque Memorial, em Goiânia, Goiás às 18h30 com mais de uma hora de atraso.
Lembro-me do acidente que ceifou a vida do Airton Sena, quando o mesmo estava em plena atividade profissional, sendo acompanhado em todo o planeta terra por milhões de telespectadores, é evidente que o fato por si só causaria extrema comoção, fato já relatado acima.
Recentemente um grande ídolo das artes cênicas brasileira, pioneiro da televisão do Brasil faleceu com câncer no retiro dos artistas, abandonado, esquecido, empobrecido, isolado e doente, qual a repercussão que mereceu ou que obteve essa cruel realidade? Nenhuma, uma notinha aqui e outra ali com tempo de 5 segundos, portanto as declarações emocionadas de oportunistas, mercenários mercantilistas e aproveitadores tem seus 30 segundos de fama somente durante a solenidade do féretro, após o ato salve-se quem puder.
Sou homem de 70 anos de idade, com vivencia e experiência no segmento de comunicação e outros bichos, referentes as artes é impossível não reconhecermos o talento, inteligência, criatividade e o dom nato de escrever letras musicais de tanta expressão e representatividade a uma grande parcela da população feminina do Brasil que abandonada, desprestigiada e humilhada serviam apenas como matéria de deboche e vilipendio a compositores e cantores machistas que usavam a ignorância da mulher como matéria-prima para seus descalabros, cujo consumidor dessas maledicências era a própria mulher, por exemplo: nega do cabelo duro, qual é o pente que te penteia; Maria sapatão de dia é Maria de noite é João; Eu não te conheci na luz negra; Deixastes de ser mãe para ser mulher da rua, Funk das cachorras, lapada na rachada e tantas outras.
Há muito temo percebi na Marília Mendonça, uma atenção muito grande em suas letras pedagógicas dedicadas ao empoderamento, conscientização, politização e finalmente o exercício de cidadania da mulher, essa jovem cantora com muita inteligência descobriu esse espaço vazio para um novo estilo no seio da sociedade brasileira, e graças a dádiva divina do talento explorou como ninguém essa vertente poética que agora volta a estaca zero, deixando imensa lacuna a ser substituída sabe-se lá por quem, dificilmente haverá um novo ícone em virtude do que temos no topo das paradas de sucesso veiculado a troco de jabá pesado, verdadeiro lixo fonográfico para manter os rebolados de ninfetas peladas em cima de palcos e em danceterias, vendendo o corpo e comercializando sexo como se fosse uma mercadoria qualquer.
Comparo a Marília Mendonça com o Waldick Soriano de saia, recentemente uma música lançada expressa a derrocada de desgraça de uma prostituta humilhada na rua por um ex-cliente, em virtude do estado de miséria que vive na atualidade. No caso do Waldick Soriano foi mais contundente, sendo testemunha ocular e presencial dos fatos elencados pela música da Marília, em decorrência que era prática contumaz do Frank Sinatra brasileiro antes de show em qualquer cidade tinha presença confirmada nos cabarés e puteiros disponíveis. Lembro-me do Waldick Soriano em 1969 no cabaré palha de arroz, em um forró pesado tocado pelo sanfoneiro Bejinha do forró, portanto tinha conhecimento autentico do que a Marília Mendonça cantou em versos e prosas na gravação que ocorreu semana passada.
No que se refere a morte, caminho inevitável a todos os seres vivos ,alguns ensinamentos nos garante tranquilidade para conhecer o que está oculto, o que ignoramos por ausência de leitura especializada. Atendendo convite, durante o tempo que morei no Rio de Janeiro, por 6 anos participei de reuniões do “Universo em desencanto”, metafísica e Gnose. Em virtude do que aprendi a morte é apenas o encerramento de um ciclo que poderá acontecer a qualquer instante, do dia do nascimento até a caduquice. Essas determinações foram projetadas, planejadas e arquitetadas em séculos que antecederam a nossa formação biológica, com tudo projetado nos mínimos detalhes o que ocorrerá no plano que ocuparemos no universo.
Cristo quando passou pela terra deixou seu ensinamento escrito em várias formas que nos possibilitasse através do alcorão, novo testamento, Bíblia sagrada e o ensinamento máximo da humanidade que se refere aos 10 mandamentos. O ser humano conhece até aí as normas que nos foram oferecidas pelo criador de todas as coisas, é importante frisar, será que apenas essas informações Deus tinha para nos contemplar? É evidente que não, milhares não foram informadas, esta é a grande questão.
Algumas coisas que ocorrem no nosso plano há uma perplexidade exagerada tudo em virtude da ausência de conhecimento, lembro-me que estudiosos, cientistas, filósofos e outros alardearam que o mundo acabaria no ano 2000, já estamos vivendo em 2021, até agora o mundo não acabou, o que houve na na realidade foi um ciclo de mudanças, do ano 2000 em diante há uma nova contagem de séculos, a conquista do homem a lua em 20 de setembro de 1969 é um divisor de águas para nossa nova realidade, cito: a evolução tecnológica extraordinária no campo das comunicações e ciência é ilimitado, dou como exemplo um chip de celular menor que a unha de um dedo mínimo com capacidade para armazenar milhões de informações, por um acaso você já se debruçou em saber de onde vem toda essa tecnologia em 50 anos? agora mesmo temos o compromisso do 5 G previsto para entrar em operacionalidade em julho de 2022, portanto não se assuste com a morte, todos nós somos detentores de missão individuais a cumprir nesse plano, o ser humano simples mortal não pode ser reconhecido após a morte como sendo uma entidade soberana, pois foi dotado apenas para cumprir tarefa por algum tempo no plano terrestre.
Carlos Amorim DRT 2081/PI