Cinzas do jornal “O Pasquim”

Nessa quinta-feira (7), data consagrada ao dia do jornalista, em Teresina muita farofa, papo furado, conversa de malandro para delegado e o tradicional “acordão”, que consiste de forma criminosa e maledicente entre cuspidores de microfone, capachos e medíocres ouvintes que participam de programas radiofônicos referenciando e elogiando mentirosos do rádio e televisão, tecendo comentários inverídicos e tendenciosos.

Entendo haver imenso contraste dentre os componentes da categoria, uns morrendo de fome, os salários miseráveis que percebem determinado pela classe patronal com base no piso salarial assegurado, “outros”, contemplados com a mesma miséria, tem vida nababesca, exibem carros de última geração, de valores elevados, ostentam publicamente condições socioeconômicas financeira invejável ao simples mortal, indubitavelmente posso assegurar que essa casta é venal, mercantilista, corrupta e desonesta, vendem a peso de ouro os releases a quem interessa a tal condição.

Para que eu possa mudar meu pensamento em relação a essa tragédia, tenho que saber se esses privilegiados receberam alguma herança, ganharam na loteria ou são oriundos de famílias ricas e abastadas, fora desse conceito não titubearei em adjetivá-los de maus-caracteres, antiéticos e hipócritas. Infelizmente com base no disposto não reconheço a magnitude da data como sendo honrosa, mas como toda unanimidade é burra, ouso em avaliar que apenas e tão somente 05% dos componentes da rádio difusão brasileira supera a totalidade do contingente que posso reconhecê-lo como dignos e respeitados.

Por 12 anos fui lotado no gabinete de um vereador, lembro-me perfeitamente que dos dias 21 a 25 do mês havia movimento frenético em busca do famigerado jabá para entrevistas ilusórias, sem muito exagero cheguei imaginar tratar-se de “diretões” para as redes de rádio e televisão de Teresina. O mesmo procedimento ocorria nos gabinetes da Assembleia Legislativa, de 11 a 15 de cada mês, quando o faz me rir era abundante nas datas mencionadas, portanto essa raça compartilha de fato dos recursos de verba de gabinete e indenizatória, dessa forma em pouco tempo o indivíduo procedente do interior, alçado na condição de repórter nessas instituições reúne condições para adquirir do Boeing 767, pagando a vista e em dólar o astronômico valor, “pois a coisa é frouxa” a propina é variada, cem, duzentos, quinhentos, mil, dois mil, o valor é de acordo com a cara e a periculosidade do mercador do produto, com agravante, havendo o compromisso do ancora do programa de permanentemente desconstruir e desmoralizar qualquer crítica fundamentada ou não do participante. Por incrível que pareça a classe patronal também leva seu quinhão como cala boca.

Por exemplo, o ouvinte ao participar do programa da Simone Castro, veiculado pela rádio Teresina FM 91,9, declinou que o prefeito de Teresina José Pessoa Leal, é bananeira, um administrador bambu, a apresentadora desceu do salto e de forma ríspida asseverou: — Eu não aceito esse tipo de palavras em meu programa, do contrário “você vai ter problema comigo”.

Em outra ocasião ao receber denuncia de lixo em um logradouro público na zona leste, reagiu intempestivamente informando que não foi de autoria do prefeito, pois havia coletores específicos em vários locais do bairro, identificando dezenas dos mesmos faltando apenas indicar os respectivos números. Para surpresa geral o ouvinte retaliado retornou com a mesma proposta, foi repreendido pela Simone, com o seguinte argumento: — “Fique à vontade para mudar de sintonia”, a emissora não aceita desrespeito. Enquanto isso, durante uma longuíssima entrevista com o presidente dos motoristas, o mesmo saiu-se com essa pérola, “Sindicato de merda”, a moralista Simone Castro, em hipótese alguma contestou a belíssima expressão (como não sou burro, embaixo desse angu tem muito osso).

O Bartolomeu Almeida, em tom de deboche e escárnio divulgou na rádio Teresina FM 91,9, que o cantor sertanejo Eduardo Costa, é danado, pois havia transado com a mulher do prefeito que o contratou para um show, percebe-se facilmente o tipo de jornalismo que temos no momento, eu como profissional desse segmento me envergonho de tanta safadeza e desonestidade protagonizada por indivíduos inescrupulosos.

Denuncio esses fatos há bastante tempo, portanto, em virtude das denúncias sou considerado persona non grata, prejudicial e agressiva, entendo perfeitamente que eles amam, adoram e afagam os que não contestam tais ignomínias, é importante não haver vigilância dos cidadãos e cidadãs ao exercício da dignidade e transparência a desqualificada quadrilha promotora dos inaceitáveis arbítrios.

Carlos Amorim DRT 2081/PI

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Jornalista Carlos Amorim
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