Sonho meu, morreu com Gal

Tom Jobim-(“águas de março”), Guilherme Arantes-(“planeta água”), César Camargo Mariano- (“Samambaia”, “Cristal” e “Curumim”), Ivan Lins, Benito de Paula, Henrique Portugal, Maurício Manieri, são nomes que me vem na mente, compositores, cantores, músicos e exímios pianistas. O que me remete fazer esse registro é a degradação da música brasileira que descambou para uma situação vexatória, humilhante e nociva.

Os veículos de comunicação veiculam minuto a minuto na grade das suas programações, graças a força do dinheiro, verdadeiro lixo fonográfico, deseducando, desinformando e promovendo ações criminosas em decorrência de letras musicais indecentes, amorais e putanhescas, cumulado com uma gritaria desgraçada de mulheres e homens concorrendo com o mesmo ritmo e as mesmas tendências, demonstrando nitidamente incompetência, ausência de talentos e oportunismos exacerbados com o objetivo de iludir a opinião pública e preencher o vazio deixado pela verdadeira cultura no quesito arte, poesia, ritmo, voz e conhecimento mínimo possível no que significa verdadeiramente a arte de cantar e encantar ao consumidor da boa música, cito como exemplo positivo a ludovicense Flávia Bittencourt. 

Em Teresina há uma lei municipal da lavra da então vereadora Flora Isabel, da obrigatoriedade de mesclagem na rádio difusão da veiculação de músicas internacionais e brasileiras, moral da história, qual emissora de rádio estabelecida na capital do Piauí obedece essa determinação? Resposta, nenhuma, apoiadas pelas instituições, poderes, autarquias e órgãos fiscalizadores omissos, incompetentes, coniventes, negligentes, irresponsáveis que corroboram e fecham os olhos a impunidade sepulcral, sabe-se lá as razões e motivos para tal.

Na esfera nacional tivemos péssimo exemplo nas areias da praia de Copacabana no Rio de janeiro, quando milhões de pessoas se acotovelaram nas comemorações da virada do ano de 2023 para 2024 aos delírios aplaudindo freneticamente aquela “vergonha” apresentada ao grande público do nível que foi (deixo aqui meus pêsames ao mau gosto).

A professora de música Adelaide (de saudosa memória), deixou extraordinário legado ao Piauí e sua capital, além de mestra no conhecimento musical declarava abertamente a necessidade do conhecimento através da sala de aula, temos pseudos cantores faturando milhões de reais, analfabetos e ignorantes, desconhecedores da leitura de uma partitura que seja minimamente (do, ré, mi, fá), lamentavelmente antes de educar esses falsos talentos temos a distribuição graciosa de milhões de reais Lei Rouanet, cumulado com a novidade Lei Paulo Gustavo, distribuindo recurso público aleatoriamente a quem se achar capaz. Pergunta que não quer calar, será que tem jeito o Brasil?

Carlos Amorim DRT 2081/PI

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Jornalista Carlos Amorim
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