Axioma verdade verdadeira

Neste final de semana graças a Deus foi enterrado a exaustiva e intensa comemoração de aniversário da rádio Pioneira de Teresina. Para fechar com chave de ouro a solenidade fúnebre, plagiou um dos gênios da dramaturgia brasileira (de saudosa memória) Jô Soares, popularíssimo conhecidoO Gordo”, autor do quadro cultura inútil, aqui adjetivada de congresso.

Tomei conhecimento de alguns tópicos através da 88,7 FM do cansativo pronunciamento dos supostos palestrantes, convidados, capachos, bajuladores, estoriadores e mentirosos, verificou-se facilmente a intenção da absoluta maioria de gerar em causa própria notabilidade, notoriedade, propagar, divulgar e massificar seus currículos, como também, apresentar biografias desinteressantes ao conhecimento da opinião pública.

O que salvou o tal evento foi a dignidade, honestidade, seriedade e vastíssimo conhecimento da história mundial da igreja desde os impérios até a presente data, escarafunchando uma ferida crônica protagonizada pela igreja que só recentemente com o advento do Papa Francisco, abriu-se a caixa preta do envolvimento de autoridades eclesiásticas de todos os graus, níveis e domínios referentes a corrupção, roubo, furto, desonestidade, prostituição e pedofilia desta casta (é óbvio e evidente a existência de número insignificante, abnegados, dignos, honestos e compromissados com o celibato)

Fiquei maravilhado com a honrada palestra do gênio humorista João Claudio, (só sendo mesmo um doido para ministrar uma aula de grande alcance, veracidade e resgate das obscuridades contidas atrás dos muros e mentes doentias). Um episódio declinado me fez sorrir de orelha a orelha, quando um pai levando o filho para a pia batismal o padre perguntou o nome da criança, o pai sem titubear disse: é onça 14, o padre imediatamente disse, com esse nome não pode, o pai retrucou, não pode porque eu sou pobre, se fosse rico podia, prova disso é que existe um Papa com o nome de Leão XIII, Leão XIII pode porque é rico.

Em 1962 eu tinha 11 anos de idade, costumava diariamente entregar lanche para Dom Avelar, pagamento mensal, minha mãe era quem produzia as iguarias. Por ter acesso livre a casa do arcebispo chegava e entrava sem pedir permissão a ninguém, em uma tarde do mês de maio lembro-me de algumas personalidades reunidas, como o professor Walter Alencar, José Elias Tajra, a professora Zayra, esposa do Dr. Lineu Araújo, Rodrigues Filho, uma religiosa que residia em uma casa localizada na esquina das Ruas Barroso com Elizeu Martins, lado esquerdo, me chamou atenção nessa reunião dois comentários: o primeiro é que a religiosa comentava uma viagem que fez ao Vaticano e o segundo o nome rádio Pioneira, acredito que dos pobres mortais eu fui a primeira pessoa a tomar conhecimento desse nome, tanto que quando a rádio foi para o ar em fase experimental não me causou qualquer surpresa, impacto ou algo que o valha, pois o nome já era do meu conhecimento auricular.

No dia da inauguração da emissora as autoridades convidadas e outros se acotovelavam na parte da frente da rádio à rua Teodoro Pacheco, ocorre que Dom Avelar, entrou pela porta de serviço na lateral do prédio â rua Barroso. Testemunhei todos esses fatos acomodado nas instalações da ótica Prado, estabelecimento do padrinho do meu irmão que era irmão da professora Alcione do jardim de infância Lélia Avelino.

Finalmente rádio inaugurada, programação no ar, mas não havia a força energética adequada para a sustentação permanente dos transmissores. Dom Avelar providenciou gerador próprio com capacidade de iluminar Teresina, começa aí o poderio dessa instituição sobre as demais, na ocasião rádio Difusora dos Diários Associados e rádio Clube de Teresina com a promessa de a força de um ideal. Era como um elefante pisar em uma formiga, mesmo que fosse um formigão não tinha jeito, perecia, os mais espertos migraram imediatamente para a toda poderosa.

Nos dias atuais fala-se nos receptores de rádio faixa cativa distribuídos gratuitamente por Dom Avelar, testemunhei esse fato em um Congresso Eucarístico com o arcebispo distribuindo pessoalmente esses aparelhos, meu pai (de saudosa memória) foi um dos contemplados, salvo engano tinha cor azul. A pergunta que não quer calar, qual o objetivo da distribuição desses rádios? É obvio e evidente que Dom Avelar Brandão Vilela, desenvolveu um trabalho muito forte criando vários projetos de suma importância voltado para educação, agricultura, civismo, assistência social, criação de sindicatos e outros, mas na minha concepção o objetivo principal era convencer a massa teresinense a manutenção da classe dominante no poder. Entendo tratar-se de lavagem cerebral semelhante ao adágio: água mole em pedra dura tanto bate até que fura. O radiouvinte era coagido a sintonizar uma única emissora, discursos tendenciosos, propagação e divulgação de nomes políticos fortíssimos que se beneficiavam com a programação da emissora, cujos profissionais que não eram comunicadores destilavam suas intenções políticas massificando seus projetos de futuro enquanto duravam suas participações no ar.

O grupo de profissionais da rádio Pioneira formado por profissionais liberais trabalhando diuturnamente com tal puxar brasa para sua sardinha, se avaliarmos sem muita veemência houve uma derrocada imensa de vitórias nas urnas consagrando radialistas de Teresina, principalmente na Câmara Municipal, fato que há muito não se verifica os estonteantes sufrágios. Não sei explicar se o eleitor era burro naquela ocasião e transformou-se em verdadeiros gênios da ciência ou se de fato ocorreu o contrário, portanto os enche tripa do famigerado congresso não disse a que veio, significa dizer que são meros aproveitadores, oportunistas de plantão mercenários, embora chegada a hora de colocarem a toca na cabeça, o pijama e o meão para evitar o frio. Admito não ter saúde e paciência para suportar outra sessão deste naipe.

OBS:  A farsa do Congresso da rádio Pioneira deve pagar direitos autorais a uma denominação evangélica pelo uso indevido “Fala que eu te escuto”, como também, desmoralizou o Congresso Nacional, protagonistas de debates, 513 deputados federais e 81 senadores, enquanto meia dúzia de cabeças de bagres foi submetido a censura invejável a ditadura dos milicos do comando da República Federativa do Brasil, fato que me fez lembrar a detenção de uma funcionária da rádio por ter veiculado a música “Apesar de Você” de Chico Buarque de Holanda.  “Hoje você é quem manda falou, tá falado, não tem discussão…”

Carlos Amorim DRT 2081/PI

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Jornalista Carlos Amorim
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