Contradição e injustiça

Vou para passárgada ou para o shopping da cidade; lá sou amigo do rei, faço o que eu quero como eu quiser.

Sábado dia 22 eu estava ouvindo um programa de rádio. A apresentadora abriu o programa e anunciou uma série de atrações que não aconteceram durante todo o decorrer do programa.

Uma senhora que fez parte do programa anterior como entrevistada, esticou sua participação a convite como tapa buraco para preencher a vacância dos convidados agendados que não compareceram. No bate papo informal o tema versou sobre o camelódromo; para quem não sabe é um suntuoso prédio edificado na praça Mal. Deodoro da Fonseca onde foram gastos vários milhões de reais oriundos do erário público que tem como objetivo centralizar os trabalhadores da informalidade quando todos foram obrigados a desocuparem ruas, praças, e calçadas do centro de Teresina.

Com base em informações dos administradores da prefeitura Municipal, haveria um rigoroso critério para adquirir o direito de ocupar um boxe naquela nova praça de comércio, pois a demanda é muito maior que a oferta. A prioridade seria para quem tivesse apenas e única fonte de renda aquela sacrificante atividade exercida na via pública.

No decorrer do programa acima citado a entrevistada revelou em alto e bom som que é sindicalista atuante, professora e servidora pública, mas que tem um boxe comercializando várias mercadorias, que por não ter disponibilidade de tempo lá é colocado uma pessoa do seu conhecimento com todas as despesas pagas por ela (isso é terceirização). Declarou também que o 2º piso local onde está estabelecida, tem uma fluência ínfima de consumidores, mas quando não vende ali coloca as mercadorias em uma bolsa e sai vendendo nas escolas; e como viaja muito aproveita para vender as tais mercadorias.

Ficou explícito que aquele espaço está ocupado não sei por quantos para complemento de renda, retirando assim a oportunidade do trabalhador que está ocioso sem nenhuma oportunidade e quer apenas trabalhar e levar no final do dia o mínimo possível para o sustento de sua família.

Vou perguntar: Quais foram esses critérios? Quais as autoridades que fizeram essa seleção? Como foi realizado esse sorteio? Fica minhas interrogações para quem de direito quiser responde-las. Lamento profundamente que uma emissora de rádio com uma abrangência, a responsabilidade e o compromisso, essa que veiculou este tipo de informação não tenha antes se informado dos critérios que foram adotados para que as instalações do citado shopping fossem ocupados.

Ficou também explícito que as duas senhoras que protagonizaram essa desastrosa manifestação não tinham o mínimo conhecimento possível para respeitar a dignidade e cidadania daquele que passa fome. Fiquei na expectativa de que alguém como participante por telefone colocasse para avaliação dos ouvintes, e como também chamar a atenção da descuidada apresentadora da gafe que ela praticava achando que estava prestando um excelente trabalho. Os participantes por dois motivos: a ausência do conhecimento ou no afã de corroborarem no sentido de serem simpáticos por duas pessoas que interagiam declinarem do direito de serem os representantes legais daqueles que ficaram excluídos em decorrência de privilégios de feudais merecedores.

Com base em toda essa história qualquer pessoa com dois olhos na cara que tenha visão percebe facilmente que as calçadas do centro de Teresina estão praticamente reocupadas por bancas de ambulantes; cito exemplo cruzamento das ruas Paissandu com 24 de janeiro inclusive obstruindo as faixas de pedestres ali instaladas.

Definitivamente não mais irei à passárgada ficarei aqui para ouvir e corrigir as excrescências que são colocadas aos nossos incautos ouvintes.

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Jornalista Carlos Amorim
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