De 15 a 68 anos Vasco

Na tarde de ontem(8) fui surpreendido por uma emissora de rádio reproduzindo gols antagônicos do Roberto Dinamite, cujos espetáculos acompanhei pessoalmente, 90% deles graças ao privilégio de trabalhar na pista do Maracanã. Me chamou atenção o motivo específico da reprodução, o craque que desmoralizou o Osmar, atleta do Bota Fogo, ao ser chapelado na pequena área antes que a bola tocasse o gramado Roberto Dinamite desferiu uma bomba que até a presente data o Cantareli não sabe por onde ela passou.

Meu pensamento rapidamente retrocedeu ao estado de saúde deplorável do craque, quando a ficha caiu para mim, essa retrospectiva deve ser homenagem póstuma a passagem do Roberto Dinamite para outro plano, de fato aconteceu o que vaticinei, o Vasco da Gama r a nação de torcedores ficaram órfãos do seu ídolo maior.

O protegido da cabocla Jurema, deixa uma lacuna impreenchível, recordação e muita saudade daquele sorriso largo, muito sensível e extrovertido. Lembro-me que 1979 eu estava no estacionamento do Maracanã retirando material de trabalho da viatura do jornal do Brasil, quando entrava o ônibus do Vasco da Gama, um dos jogadores com a metade do tórax do lado de fora da janela gritando palavras de ordem e de baixo calão, ao passar próximo de onde eu estava estendi minha mão esquerda e ele apertou bem forte e exclamou: “É hoje companheiro, vamos arrebentar esse…,” naquele dia o Vasco perdeu o jogo para o Flamengo.

Outra situação pitoresca do Dinamite, poucas pessoas sabem, ele residia no Jardim Guanabara na Ilha do governador, certa ocasião despertou com a presença de dois bandidos no seu quarto, recolhendo bens, joias e dinheiro, um dos ladrões reconheceu a vítima, seu ídolo, pois era vascaíno, imediatamente abortou o assalto gerando violenta briga com o comparsa que era flamenguista. Moral da história, a polícia foi acionada, os acusados do assalto presos, Roberto Dinamite convocado a depor acompanhado de um advogado solicitou que o mesmo atuasse para libertar os dois meliantes. Após a liberação dos seus algozes os ajudou para seguirem novo caminho como cidadãos honrados, dignos e trabalhadores.

Roberto Dinamite esteve em Teresina acompanhando seu filho contratado pelo Ríver Atlético Clube, marquei presença nessa solenidade no Teresina Shopping, lamentavelmente o adágio popular que filho de peixe, peixinho é “não vingou”, o herdeiro do Dinamite retornou ao Rio de janeiro para desenvolver outra atividade profissional

Centenas de vezes estive por algum motivo no estádio São Januário, geralmente minha motocicleta ficava estacionada na rua em frente uma favela violentíssima de nome Barreira do Vasco, “toda comunidade vascaína fanática”, no tanque do meu veículo havia um escudo do Vasco antídoto a qualquer tipo de ato criminoso, graças ao respeito e amor a agremiação vascaína. Que Deus o receba o Roberto na morada eterna e conceda todas as bênçãos que mereça.

Carlos Amorim DRT 2081/PI

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Jornalista Carlos Amorim
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