O caos vivido diariamente no transito de Teresina com frenética movimentação de pedestre, veículos, sinalizações semafóricas, regras, normas e comportamentos formam gigantesca miscelânea invisível ao olhar e ao entendimento das pessoas. Sou um homem com deficiencia visual, 68 anos, concorrendo dia a dia nas minhas atribuições em pé de igualdade com os demais membros da sociedade. Sou privilegiado por conviver com os ditos normais, exatamente em virtude da invisibilidade da população teresinense ignorando minha existência como se eu fosse uma placa de sinalização alertando e proibindo estacionar.
Costumeiramente o indisciplinado condutor desrespeita o aviso explicitado, mas impetra recurso contra a multa aplicada, a invisibilidade permanente que acomete o condutor de auto permite que o mesmo atropele alguém ao transpor a faixa de pedestre indevidamente, o mesmo pode ocorrer na invasão de sinal vermelho.
O processo de educação no transito a meu ver prende-se fundamentalmente a percepção mental, cumulado com perfeita visão ocular, fatos causadores de grandes tragédias no disputado transito teresinense, se houver rigorosa fiscalização aos habilitados, indubitavelmente serão identificados daltônicos, baixa visão e visão sub-normal, protagonistas de ilegalidades de transito de foma involuntária, no caso específico estou mencionando a invisibilidade do gravíssimo problema as autoridades do setor.
A solidariedade como exercício de cidadania em Teresina é inexistente, vejamos: Um vizinho com seus próprios esforços mudou de situação socioeconômica financeira, proprietário de carrão, mas sua invisibilidade para com sua comunidade é absurda e estupida, quando ignora no ponto do ônibus um conhecido seguindo em seu confortável luxuoso veículo de forma individual e solitário.
O motorista de ônibus que deixa o passageiro na parada ou o taxista tripulado que atende o celular ao dirigir, demonstram ao usuário que são invisíveis e vitimas impotenciais de suas indisciplinas no transito, a partir do momento que o conceito da invisibilidade ao cidadão for debelado pelos condutores de auto, o processo de multa será extinto, os guardas de transito não sofrerão estresse, as reclamações dos recalcitrantes serão evitadas e as autoridades que regem o transito de Teresina terão menos problema a resolver no seu exercício laboral, ficando o transito mais leve e fluindo perfeitamente.
Portanto entendo que todos que compõem o emaranhado e complicado transito de Teresina são também deficientes visuais como eu, que necessitam do auxílio da sinalização sonora substituindo a invisibilidade das cores verde, amarelo e vermelho constantemente desrespeitada.
Teóricos especialistas alardeiam a necessidades de da lei de transito como currículo escolar ainda no maternal, mas é importante lembrar que na Alemanha, Inglaterra e outros países desenvolvidos não existe limite de velocidade determinada pelas autoridades, de fato o que ocorre são culturas disciplinares, responsabilidade, consciencial e penalidades severas aos recalcitrantes. Um dia chegaremos no mesmo nível dessas civilizações.
Carlos Amorim DRT 2081