O mais recente processo ditatorial no Brasil teve início em 31 de março de 1964, os protagonistas do processo foram Castelo Branco, Costa e Silva, Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo, durante o nefasto período era respeitado por todos os brasileiros apenas e tão somente o que o presidente determinava, não é necessário enumerarmos os crimes terríveis cometidos em desfavor da população brasileira, mas é importante elencarmos o ato que mais prejudicou toda sociedade, refiro-me a censura explícita a liberdade de pensamento e expressão.
Os veículos de comunicação foram alijados de exercerem suas atividades profissionais jornalísticas, de informar a sociedade dentro dos preceitos legais ancorados no parâmetro inviolável, forjado nas seguintes palavras: quem, como, quando, onde e por que, os que insistiam em desrespeitar as determinações dos milicos ocupantes do planalto central, sofreria rígida, rigorosa e severas punições, que o digo “o pasquim”, jornal periódico de grande circulação em todo Brasil, editado no Rio de Janeiro.
Poderia citar dezenas de veículos falado, escrito e televisado que tiveram suas dependências invadidas de forma incompreensível, inaceitável e criminosa, com o agravante, os profissionais eram presos e conduzidos a base de porrada aos porões do DOI-CODI, sendo submetidos ao pau de arara e outras torturas, e finalmente a morte, quando os acossados tinham um tutor respeitado no “meio” e interessado em amenizar o castigo, os acusados eram exilados para diferentes partes do mundo, somente no final dos anos 70 houvera o perdão assegurado pela anistia ampla, geral e irrestrita com o slogan ” O lugar de brasileiro é no Brasil”. Deu-se então todo o processo de conquista de liberdade, direito ao voto, direito a manifestação e garantias cidadãs, etc.
Desenvolvo esse preâmbulo como testemunha ocular dos fatos e vítima das atrocidades das repressões de combate das insatisfações daqueles que não se curvavam aos abusos diários de militares, muitos deles especialistas com capacitação profissional apenas e tão somente para atuação em estribarias, adestrando cavalo puro sangue inglês, cujo odor dos mesmos eram verdadeira fragrância ao olfato do comandante máximo da nação que cunhou a célere frase, “prefiro cheiro de cavalo do que cheiro de povo”.
Sou comunicador profissional, sendo minha primeira capacitação em rádio difusão pela Escola Técnica Federal do Maranhão, projeto PIPMO, curso concluído em 1970, de 1971 e 1972 cumpri estágio como complemento para formatura, contemplado com bolsa no valor de trezentos cruzeiros, através de convênio da Assembleia Legislativa do estado do Maranhão e a rádio Timbira, na época estabelecida na cobertura do edifício Bem, localizado na Rua do Egito, esquina com a Rua dos Afogados centro de São Luís.
Em 2005 conheci o jornalista Toni Rodrigues, ancorando programa na Rádio Meio Norte AM, que na época compunha rede com o sistema Globo de comunicação, sem muita dificuldade identifiquei o apresentador um profissional altamente competente, atualizado, dotado de grande percepção que em seus comentários e editoriais diários demonstrava o dom da persuasão e fácil convencimento ao ouvinte, após dois anos em encontro casual com o fotógrafo Raimundo Alves, fui informado que o Toni Rodrigues havia sido contratado pela Rádio Teresina FM, salvo engano na ocasião essa emissora era comunitária, por curiosidade sintonizei a rádio no horário do jornal, percebi o apresentador mais solto, livre, independente e com aqueles tradicionais toques de veementes comentários críticos as bandalheiras promovidas por nossos políticos detentores de mandatos, como também os protegidos, apaniguados constantemente na aba do chapéu, bajulando, elogiando indevidamente, puxando o saco e babando ovo dos donos do poder.
Esse tipo de jornalismo sempre me encantou desde a época que atuei na rádio Guanabara no Rio de janeiro, programa “cidade sem medo”, apresentado pelo deputado estadual Wilmar Palis, sem pestanejar tornei-me assíduo colaborador dessa exceção do jornalismo piauiense, o credencio com esse adjetivo em virtude de minha convivência diária com os maiores monstros sagrados do rádio brasileiro em diferentes prefixos da cidade maravilhosa cito: Haroldo de Andrade, João Saldanha Odair Marzano, José Messias José Carioca, Daisy Lúcidi, Big Boi e outros.
Estamos em 2022, prestes ao aniversário de 15 anos que participo diariamente da programação da Teresina FM, vários profissionais nos mais variados sentimentos, procedimentos e vãs filosofias passaram por esse prefixo, mas lamentavelmente com a devida venha e considerando as raríssimas exceções, no quesito profissional de jornalismo, radialistas, comunicadores, produtores e outros lamentavelmente com base na minha experiência, vivencia e convivência no sistema de rádio difusão no Brasil a Teresina FM tem atualmente a pior safra de comunicadores no decorrer de sua existência.
É visível o processo da defenestração de pensamentos a opinião pública, sendo desconstruído de forma tendenciosa por interferências de comentaristas que desonram suas funções. O participante tem um minuto e trinta segundos para desenvolver sua manifestação ou pauta, sendo desrespeitado por interesses escusos dos apresentadores, atuando como advogados e defensores de causas inóspita das autoridades criticadas.
A função da linguagem em seus 6 itens são absolutamente descredenciados por alguns profissionais dessa emissora, posso ousar em declinar a causa dessas aberrações, é a ausência de escolaridade adequada, no quesito concordância verbal e nominal é um verdadeiro Deus nos acuda, e de bom alvitre informar, são “descredenciados funcionais” demonstrando muita dificuldade em suas manifestações.
Faço aqui uma jurisprudência exemplificativa: Recentemente o secretário da SEMCASPI de prenome Alan, usou uma média de 40 minutos em entrevista falando exclusivamente das chuvas, enchentes e desabrigados nas periferias ribeirinha de Teresina, fiz intervenção através de telefone nº 2107 0999, chamei atenção para a necessidade de abordar outros temas e me referi as acusações do Júnior do MP3, esquecidas por todos até então, me direcionei especificamente ao Alan, repetindo as mesmas palavras do Júnior, quando adjetivou o secretário de truculento, arrogante, prepotente, excludente insensível e mal educado. Ao desligar o telefone vieram as repreensões, o secretário era uma autoridade, merecia respeito e não seria admitido na emissora qualquer tipo de agressão, as questões pessoais não eram resolvidas ali, portanto os ouvintes deveriam saber que são responsáveis pelo que falam (essa última expressão denota a maledicência em prol de obter algum tipo de favor do entrevistado posteriormente).
Outro quesito, é que quando o Júnior do MP3, autor das palavras repetidas por mim nenhuma advertência foi feita ao mesmo. É importante que esses jornalistas e radialistas tenham o discernimento que não estão falando para eles mesmos, com o advento da internet é impossível avaliarmos a dimensão de ouvintes. Essas atitudes indevidas causam imensos prejuízos e repercussão negativa a percepção popular, enquanto tenho 1minuto e 30 segundo para minha manifestação, os bonitões têm 2 horas para desfazer e desconstruir minha opinião.
Em uma ocasião um dos profissionais agrediu um incauto por solicitar as garantias do artigo 5º da Carta Magna, o comentarista do alto da sua inteligência asseverou que o dono da rádio dava direito a manifestação pública, se não quisesse “proibia”, pois paga os salários dos funcionários, luz, água etc, como cereja do bolo da santa ignorância declarou que se o salário atrasar dois ou três dias já olharia para o patrão de cara feia, liguei para emissora esclarecendo as garantias das cláusulas contratuais exigidas as concessões públicas de rádio e televisão assegurada ao cidadão, finalizei informando que o comentário feito pelo radialista refere-se a obrigação do empresário, todo o leque de responsabilidade e compromisso mencionado por ele.
Na minha vã microscópica avaliação percebo facilmente a intenção de garantir sua permanência na emissora batendo palmas para o patrão. Enquanto existir esse tipo de comunicador ocupando os veículos, jamais teremos jornalismo autentico, digno honesto e respeitado. É importante informar, o que conquistamos como independência e liberdade não foi por acaso, não veio aleatoriamente, muitos tombaram para que nós tivéssemos esse arremedo de democracia usado por oportunistas, e cidadãos de péssima categoria.
Carlos Amorim DRT 2081/PI