Farinha, pequi e quiabo

Nessa terça-feira 27, estive no juizado de pequenas causas centro, localizado à Rua Mato Grosso 210, Bairro Cabral, às 8h da manhã todos os servidores do lado de fora do prédio, acomodados em cadeiras, outros em pé conversando alegremente, uma pessoa me abordou se identificando como policial militar, declinei meu desejo, peticionar uma ação cívil, sem maiores delongas fui guiado por ser pessoa com deficiência visual até um dos balcões de atendimento, não havia ninguém, fui dirigido ao segundo balcão, o servidor muito solicito explicou que sua colega tinha dado uma saidinha, mas informou que não havia mais a prestação de serviço de petições de forma física, todo esse processo seria de forma virtual anotando em um papel o e-mail e WhatsApp do Tribunal de Justiça para tomar a termo a ação, mas me orientou ir ao antigo prédio do Tribunal, pois a corregedoria poderia executar a minha demanda, para minha perplexidade a recepcionista do Tribunal de Justiça não tinha qualquer informação a respeito, ligou para vários setores, finalmente veio a informação que todo o serviço estava centralizado no prédio do novo Tribunal à Av. Padre Humberto Pietrogrande, desiludido me retirei buscando outra alternativa, peticionei a ação juntando toda a documentação dos termos probantes enviando primeiro para o e-mail (inexistente), tentei a segunda opção através do WhatsApp, transição com sucesso.

Por ter ouvido segunda-feira a coletiva do presidente do Tribunal de Justiça, muito alegre, feliz e realizado com a inauguração de uma nova cede que abrigará o Cejusc fui até as dependências desse departamento de mediação de conflitos, mais uma vez me decepcionei com o tipo de prestação de serviço oferecido, principalmente no quesito acessibilidade, a princípio me direcionaram para a sala de recepção de advogados convidados para o processo de conciliação, amarguei 40min sentado em uma poltrona dura, desconfortável, ao perceber que estava fazendo papel de “besta” solicitei informação sobre o local para peticionar uma demanda de conciliação, a resposta foi terrível, inaceitável, decepcionante, vergonhosa (eu não sei te informar esse local, aqui é o setor de audiência de mediação), não me restou outra alternativa a não ser me retirar.

Ao acessar a calçada do prédio encontrei-me com uma advogada com deficiência física, lotada no fórum cível e criminal em um setor direcionado ao atendimento de pessoas com algum tipo de deficiência, esta me abordou perguntando o que eu fazia naquele local, expliquei toda a situação e ela decidiu resolver o imbróglio para mim, com 5 minutos de investigação, descobriu que eu teria que tomar um elevador até o 2º andar, onde foi realizado o procedimento desejado, pelo que presenciamos o presidente do Tribunal de Justiça tem que plagiar o quadro do Faustão, de sucesso nacional (se vira nos 30), gastar muita sola de sapato, esforço extremo, chibata na mão e fiscalização rigorosa para corrigir as más condutas do judiciário do Piauí, posso vaticinar uma ação inglória e natimorta com base em meus parcos conhecimentos.

Enquanto Jesus Cristo não voltar reina ainda uma esperança.

Carlos Amorim DRT 2081/PI

Leia também ⇒ https://olhardeaguia.com.br/cego-usa-sua-deficiencia-injuria-juiza/

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Jornalista Carlos Amorim
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