Sou pessoa com deficiência visual, cegueira adquirida por glaucoma que me obrigou a refazer toda a trajetória da minha vida profissional, social, intelectual e adaptação a atividade da vida diária aos 32 anos, completo 70 anos de idade no próximo dia 10.
Sou autodidata em toda a legislação brasileira referente a inclusão e integração a pessoa com algum tipo de deficiência, combatente severo, ríspido, rigoroso e ácido a qualquer processo a discriminação, preconceito, exclusão, retaliação, desrespeito e outros em desfavor de 46 milhões de pessoas com deficiência existente no Brasil (dados estatísticos do IBGE censo 2010).
A convenção da ONU realizada em Salamanca na Espanha, cujo texto foi ratificado na constituição do Brasil, entendo que esse ato compõe o arcabouço jurídico de defesa dos direitos da comunidade de pessoa que a sociedade brasileira, autoridades e poderes adjetiva de cidadãos de 5ª categoria ou sucatas humanas.
Tornei-me um justiceiro cumulado com ativista visionário em combate a qualquer tipo de violência verbal, física, psicológica e ameaça velada ou explícita, venha de onde vier, parta de quem partir, pode ser os rebolativos ou rebolativas, dentro do meu direito atropelo e passo por cima de todos como rolo compressor, acredito que meu gesto tem absoluta atenção aos diminutos, fragilizados e ignorantes componentes de 27% da população brasileira com algum tipo de deficiência.
Dia 13 deste mês o excelentíssimo senhor Jair Messias Bolsonaro, presidente da República Federativa do Brasil, em um ato institucional referente a suas atribuições legais em Maceió-AL, ao discursar referiu-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o qualificando de (ladrão de 9 dedos), por ser vítima desse tipo de abuso verbal incluso no código processual como “injúria”, ao ouvir tamanha ignomínia tremi nas bases, o ex-presidente Lula, tem todas as minhas rejeições e imposições que se possa imaginar, mas não admito em hipótese alguma que alguém por qualquer motivo plausível ou não, atinja de forma vil a deficiência qualquer que seja de uma pessoa, portanto o presidente da república Jair Bolsonaro, cometeu terrível crime, ao tempo que descredencia o trabalho da sua esposa 1ª dama do Brasil, excelentíssima senhora Michelle Bolsonaro, a frente de uma instituição que cuida dos direitos da pessoa com algum tipo de deficiência existente no Brasil.
Dentro dos excessos verbais é possível tratamentos agressivos e desrespeitosos com base na garantia da liberdade de pensamento e expressão e livre manifestação das ideias de todos os cidadãos brasileiros, embora é de bom alvitre lembrar haver a possibilidade do autor responder judicialmente pelos seus atos tresloucados e impensados, que fique bem claro para o presidente da república, como também aos brasileiros, jamais mencione a deficiência de um ser humano como forma de agredi-lo, humilhá-lo e depreciá-lo, isso é “crime” tipificado “injúria”.
Sou eleitor do presidente Bolsonaro, votarei no mesmo para sua reeleição, mas não posso jamais calar-me com sua descompostura e agressividade a deficiência do egresso de cadeia em gozo de liberdade. As palavras que me aterrorizaram protagonizadas e expressadas pelo presidente serão motivos de uma ação de denúncia a Procuradoria Federal de Justiça, em virtude do autor ser detentor de cargo federal e a legislação vigente no Brasil, especialmente a Lei Brasileira da Inclusão 13.146/2015 ser de competência federal.
Não é mais admissível que calemos perante tais atrocidades, desrespeitos e humilhações, essas agressões atingem o coração da vítima a deixando sem chão, conheço perfeitamente esse tipo de indevidas agressões, vejamos:
*Você é um cego que usa a cegueira para prejudicar as pessoas.
*Você é um cego medíocre, não mudo de calçada para inimigo, principalmente para um cego safado como você.
*A cegueira causa traumas e transtornos, esse senhor usa sua deficiência para humilhar, ameaçar, coagir e obter atendimento privilegiado (O cômico é que a corregedoria estadual e federal é conivente com esse tipo de injúria).
*Você é muito inteligente apesar de ser cego.
*Discurso da tribuna da ALEPI: Cuido de cego, doido, aleijado, surdo e mudo. *Aviso afixado aos profissionais da Antares: Aqui é proibido qualquer pauta de negócio de cego, está proibido esse assunto, desobediência será punida (Núbia).
*A emissora rádio Difusora de Teresina massifica diariamente: Portador de deficiência, portador de necessidades especiais, proíbe e censura de forma veemente e rigorosa a manifestação de deficiente visual, especialmente eu.
*Secretária do governador do Piauí lotada no palácio do governo simulou impressão de um documento entregando a folha em branco a pessoa com deficiência visual.
*Promotora do MP-PI em audiência com esse jornalista asseverou peremptoriamente que a prioridade é para mulher estuprada, criança violentada e idoso agredido, essa impoluta figura merece o prêmio Nobel da Paz.
*A titular de 28ª Promotoria Pública, emitiu parecer proibindo a instalação de sinal sonoro na Av. Frei Serafim, em vergonhosa desobediência a Lei 10.098/2000 artigo 9º e ABNT 9050.
*O titular da promotoria de fundações José Reinaldo Leão Coelho, em ato abusivo proibiu este jornalista de adentrar ao gabinete onde trabalha (o agravante é a desobediência a autoridade superior hierárquica do promotor).
Se me dispusesse iria até o último dia do ano mencionando essas “pepitas” maravilhosas da brutalidade e boçalidades prestadas às pessoas com algum tipo de deficiência, em especial as que sabem ao menos o local que fica sua venta em alguma parte do corpo, portanto estou matando a cobra e não apenas mostrando o pau que a matou, e sim o réptil inerte sem vida.
É importante elencarmos o velho provérbio: “O pau que dá em Chico é o mesmo que dá em Francisco” e o pau que dá em Bolsonaro é o mesmo que dá em Lula.
Carlos Amorim DRT 2081/PI