O presidente da Argentina tem razão

Segunda-feira (28) Águas Lindas de Goiás protagonizou data histórica, quando a garantia universal dos direitos humanos foi destituída, defenestrada e revogada por ato terrível, brutal e criminoso de grande parte da população brasileira que de forma inaceitável autoridades das três esferas de governo celebraram euforicamente a morte de um homem apenas acusado da autoria de vários crimes, por 20 dias, cassado por vários agrupamentos militares, todos com único objetivo matar a presa fugitiva, desrespeitando acintosamente a Constituição Federal do Brasil adjetivada cidadã.

Na tarde do dia 5 de outubro de 1988, quando foi promulgada por Ulisses Guimarães, emocionado e empolgado discursou para o Brasil a evolução dos direitos assegurados no texto constitucional, foi incisivo e repetitivo ao descrever as cláusulas pétreas nos itens prisão perpétua e pena de morte jamais existir no Brasil. Nenhum representante brasileiro do congresso Nacional poderia apresentar emendas com propostas a Carta Magna brasileira com objetivo de derrubar essas garantias legalmente constituídas, lamentavelmente assistimos na manhã de ontem espetáculo circense, dantesco e criminoso protagonizados por agentes de todas as polícias goiana e do planalto central a serviço da destituição das garantias do texto constitucional brasileiro.

Assassinaram um acusado de crimes que poderia ter sido preso para fazer valer direitos inerentes a todos os brasileiros, o de ser preso, interrogado, julgado, condenado e que tivesse o direito a ampla defesa, presunção da inocência e ao contraditório, o estado de direito brasileiro está mortalmente ferido através dos atos irresponsáveis daqueles policiais assassinos a serviço do ego de um governador irresponsável, um secretário de segurança jagunceiro e daquele comandante destrambelhado e descompromissado. Após o assassinato do Lázaro Barbosa, às 10h25 em conformidade com descrições jornalísticas no QCG montado no local houvera gritos de guerra por parte dos caserneiros comemorando o fuzilamento mortal de um ser humano, 3 helicópteros por vários minutos posicionaram-se parados no ar em comemoração a morte do acusado.

A imprensa brasileira de forma geral, especialmente os justiceiros eletrônicos, foram unânimes em propagar, divulgar e massificar uma ferrada troca de tiros entre um único fugitivo contra 300 policiais que o cercavam. Com base em informações do comandante da desastrosa operação o acusado descarregou sua pistola de alto poder de fogo em cima dos militares que o encurralavam, moral da história, embora o acusado fosse matador profissional, pistoleiro, exímio atirador, nessa operação não atingiu nenhum dos seus perseguidores em conformidade com as palavras do efusivo e saltitante comandante da operação que entusiasmado declarou: “quando a munição da pistola do bandido acabou ele foi morto com 38 disparos”. A pergunta que não quer calar, se atribuição da polícia é prender, por que mataram? Um aspecto pouco divulgado, refere-se as rajadas de metralhadora no alvo advindas dos helicópteros que atingiram fatalmente o acuado acusado.

Fala-se muito que a polícia prendeu o acusado, na realidade ocorreu sumária execução, a vítima indefesa foi abatida, pelo descrito na cena e testemunhada em vídeos nas redes sociais, tal prisão foi apenas mentira, falácia e pretextos para justificar o inominável ato criminoso, a vítima morreu no ato do tiroteio, é impossível um ser humano continuar vivo sendo atingido por 38 disparos. O corpo recolhido pela polícia foi atirado dentro da viatura por quatro policiais agarrados nas mãos e nas pernas foi jogado no veículo, sendo conduzido para o QCG. É importante lembrar que na sede do comando da operação não existia atendimento médico.

A ambulância do atendimento médico teria que prestar o socorro no local do crime, ato impossível de ser realizado em virtude que a medicina por mais evoluída possível, ainda não tem o poder para ressuscitar uma pessoa nas condições descritas. Fato comprobatório foi a presença de uma viatura do IML no hospital, para conduzir o corpo, episódio indignante por brutal desrespeito promovido por populares com a queima de fogos de artifício.

As autoridades constituídas e poderes, cito Ministério da justiça, Ministério das Comunicações, Ministério dos Direitos Humanos e Congresso Nacional devem tomar providências enérgicas para conter o ímpeto de bandidos travestidos de cuspidores de microfones de rádio e televisão se arvorando de donos da verdade, agredindo, criticando e berrando contra as garantias de direitos humanos, os mais ousados e petulantes que de forma descarada adjetivam essa garantia “direitos dos manos”, sendo essas constantes expressões impunes com um agravante, incentiva o incauto a proceder com os mesmos procedimentos negativos e indecorosos, asseverando que “bandido bom é bandido morto”, excluindo de forma abusiva a garantia da funcionalidade dos poderes inerentes ao caso em baila, portanto, apesar do momento que vivemos com essa maldita epidemia ceifando milhares de vidas diariamente em todas as partes do mundo, temos que conviver com atitudes imundas de um povo irresponsável, insensível, embrutecido e criminoso promotores de justiça pelas próprias mãos.

Com a palavra o estado brasileiro que deverá promover imediata alteração nos códigos criminais, processuais, penitenciários e etc, com objetivo de garantir ao acusado de qualquer que seja o crime ser julgado e cumprir sua condenação integralmente trancado em regime fechado em uma penitenciária agrícola com trabalho forçado para redução da pena. É meu pensamento futurístico e utópico, que viva eternamente os direitos humanos respeitados e que todos os seres humanos do mundo possa usufruir dessa garantia. Quero expressar minha decepção assegurando que a data de ontem foi um dia fúnebre para a constituição brasileira de 5 de outubro de 1988.

Carlos Amorim DRT 2081/PI

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Jornalista Carlos Amorim
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