Segunda-feira 19 de abril do corrente ano, às 6h como hábito sintonizei meu rádio no programa estrelado pela radialista Paula Souza, para minha surpresa, decepção e frustração a Paula, assídua britanicamente no horário não fez a tradicional saudação de todos os dias, elenco a mais cativante: Tudo bem com você? Em substituição foi executada uma música de Júlio Iglesias, às 6:14, 6:19, 6:30, 6:38, 6:47 e às 7:5 foram as intervenções da mais bela voz da radiofonia do Brasil.
Há 6 meses me deparei com essa profissional no exercício de sua atividade, exímia em brincar com as tonalidades vocais e impostações de voz, por ser um curioso referente a exóticas posturas de comunicadores radiofônico, ao ouvi-la pela primeira vez fiz mentalmente algumas comparações com fenômenos que marcaram época na rádio difusão do Brasil, sem titubear identifiquei que essa noviça comunicadora em Teresina tinha todas as semelhanças positivas da Daisy Lúcidi, enquanto profissional da rádio nacional do Rio, ancorando o programa “alô Daisy”. E é evidente que as linhas editoriais são diferentes, a Paula, é espetacular apresentando clássicos de músicas internacionais tendo em seu favor absoluto domínio da língua inglesa, sua performance valoriza-se de forma invejável com a perfeita dicção que lhe é peculiar. No caso da Daisy, seguia rigorosamente o objeto social e assistencialista, motivos que a consagraram como sendo o maior fenômeno do rádio brasileiro.
Recentemente tive a curiosidade de falar com a Paula Souza, através de uma amiga que assegurou essa possibilidade, conversamos rapidamente, fato surpreendente refere-se a gentileza, educação, carinho, atenção simpatia e surpresa com as minhas interrogações e curiosidades. Na ocasião percebi que eu estava falando com uma extraordinária comunicadora, versátil, de raciocínio rápido, aquela jovem simples, humilde e acessível era apenas uma pessoa desnudada do formato de verbalização que encanta seus ouvintes, com suas interrogações, questionamentos, dúvidas, complementados com charme vocal e verbal que lhes são peculiares, desenvolvidos de acordo com seus interesses.
O Brasil consagrou o cantor Miltinho como o rei do ritmo, a Paula é a rainha da entonação vocal. Conversando com um amigo meu da empresa que ela trabalha, me confidenciou o gigantesco número de invejosas e ciumentas motivados pelo talento da Paula, em decorrência do seu estrondoso sucesso pelo trabalho desenvolvido e reconhecimento da direção da emissora, em virtude de elogios expressados constantemente, para mim esse detalhe não foi surpresa, com base em adágio popular que assegura “a inveja é a arma dos incompetentes”, quem não tem competência não se estabelece. Tenho conhecimento que a Paula é Mineira, detentora de graduação acadêmica para uma segunda opção profissional, mas sente-se realizada fazendo aquilo que está no seu coração na alma e no sangue, evidentemente o rádio.
Em conversa com o Pádua Araújo, também privilegiado com a dádiva divina de comunicar, fato comprobatório de minha afirmativa nascido no seio de uma família de agricultores, onde sequer havia um receptor de rádio, conseguiu em sua adolescência balbuciar as primeiras palavras em público na cidade de Piripiri, agraciado com a primeira oportunidade no rádio aos 15 anos, quando narrou com maestria uma partida de futebol do campeonato brasileiro em sua cidade. Tenho convicção que essa linda página escrita pelo cabra da Renovada jamais será esquecida por ele, da mesma forma a Paula, oriunda das Minas Gerais, jamais esquecerá sua trajetória brilhante no rádio do Piauí em tão pouco tempo.
É importante lembrar que os expert, analistas e críticos do nosso rádio do dia a dia são tácitos em afirmarem que essa é a terra de grandes comunicadores e comunicadoras, mas essa mineirinha veio para promover um divisor de águas desse segmento, permanecendo soberana nas manhãs teresinense, considerada como inimitável de modo a angustiar os concorrentes, inexpressivos e oportunistas.
Carlos Amorim DRT 2081/PI