Só Deus na causa

A excelentíssima senhora Regina Sousa, governadora do estado do Piauí, oriunda de família humilde, conseguiu escolaridade a duras custas, por se destacar na escola, foi indicada para ensinar crianças de sua comunidade a iniciarem-se nas letras. Conseguiu sua base de apoio ao filiar-se ao Partido dos Trabalhadores na fase de criação da agremiação, sua trajetória inexplicável a filósofos, sociólogos, psicólogos, teólogos e outros, indignos de explicações plausíveis ao convencimento de simples mortais, exceto a dádiva divina por poderes extraordinários sobre essa senhora.

Seria impossível ao mais especializado ser humano vaticinar o que seria a senhora Regina Sousa em toda sua trajetória de vida, na politica foi presença marcante e constante, galgando os mais destacados cargos, o que é motivo de perplexidade refere-se a questão do voto, jamais concorreu a um processo eleitoral direto, as eleições que participou foi beneficiada por um sistema próprio das oligarquias a serviço do sistema hereditário, cumulado com a prática nociva do continuísmo, bem próximo aos impérios estabelecidos nos primórdios a edificação da República Federativa do Brasil.

Imaginemos uma composição de amigos, parentes, aderentes, etc. é indicado um líder que funciona como testa de ferro, ou seja, uma máquina puxando alguns vagões de trem, evidentemente a força motriz é de quem tem a liderança, sempre na frente puxando os apaniguados que serão todos beneficiados com a eleição do líder, essa prática existe no Brasil datada de 15 de novembro de 1889, solidificada até nos dias atuais (aos amigos do rei tudo, aos inimigos só trilho).

A meu ver, ser esse o grande valor da excelentíssima senhora Regina Sousa, sempre presente no lugar certo, na hora certa e no momento exato, obcecada, vigilante, oportunista e cega pelo poder, entendo o apego as tetas do governo como uma necessidade premente as delícias do erário, oriundo de escorchantes impostos do contribuinte, exemplo, a governadora deixará o governo do estado do Piauí em 31 de dezembro de 2022 e em 1º de janeiro de 2023 assumirá a pasta da Assistência Social do estado, já assegurado dotação financeira invejável a seus pares na gestão do governo Rafael Fonteles, que sofreu com essa nomeação uma sinuca de bico, (quem conhece as regras do jogo de sinuca, sabe o valor da expressão), ou seja, é uma jogada mortal, decisiva, verdadeira carta As de ouro na manga da camisa, o agravante é que o humilhado governador jamais ousará dizer não a essa enviada do céu.

Após ascender a cargos medianos com a eleição do Lula em 2023, simultaneamente a do Wellington Dias, a dona Regina foi contemplada com o cargo da secretária de Administração do estado, após cumprir a missão, voltou a casa paterna, Partido dos Trabalhadores, com atuação junto as comunidades, incentivo a criação de galinha, agricultura familiar, entrega de fornos para o fabrico de farinha de mandioca e outros empreendimentos propícios ao engrandecimento e progresso do povo pobre do Piauí.

Nesse ínterim o governador Wellington Dias, cumpriu 8 anos de mandado, elegeu-se senador da República Federativa do Brasil, Regina Sousa compôs a chapa como suplente, mais uma vez o comboio se fez presente liderado por uma máquina a óleo de potência incalculável. Com a decisão do partido Wellington Dias renuncia ao senado para voltar a província, Regina Sousa na espreita assumiu o senado, era uma figura exótica junto aquelas beldades que formam a casta da política brasileira. A nova senadora chamou atenção dos congressistas pelo seu modo simples de ser, nunca abandonou seu rastafári, um lenço amarrado na cabeça e penteado africaníssimo. Um repórter brincalhão, moleque e petulante escreveu em sua pauta jornalística que a nossa senadora era a “tiazinha do café”, cujo deboche lhe rendeu punição judicial, pagamento de indenização em favor da autora.

Aproveitando o ensejo, “lembro-me de um ofício que protocolei a Regina enquanto vice-governadora, de um abuso promovido por uma de suas assessoras, jornalista Antônia Geneide dos Santos, tecendo comentários pejorativos, desrespeitosos e humilhantes, atingindo minha deficiencia visual, frontalmente na presença de várias pessoas na recepção que trabalhava, ao se recusar ler um documento para mim, rechacei com veemência asseverando que aquele ato seria obrigação da mesma, informando na ocasião que a denunciaria e pediria sua demissão sumária. A reação da agressora foi indigna,  — Eu te conheço muito bem, você é um cego que usa a cegueira para prejudicar as pessoas. Moral da história, essa incompetente servidora continua palitando dentes, incólume, e a Regina Sousa não levantou sequer uma semente de jataí, o mesmo que passar sebo na cara de gato, (tipificando que santo de casa não faz milagres).

Voltamos as atitudes, atos, gestos e ações da Regina no plenário federal. Ao usar a tribuna em debate caloroso, mandou que seus colegas também senadores calassem a boca para que pudesse falar, por incrível que pareça, por coincidência eu estava ouvindo a rádio senado naquele dia, automaticamente meu pensamento arremeteu para um episódio semelhante protagonizado pelo deputado federal Clodovil, de saudosa memória, que repreendeu seus pares ao declinar que aquilo não era falta de decoro e sim um…., trocando em miúdos e metaforizando pequenos e grandes episódios no senado da república, posso sem titubear arbitrar o placar de zero a zero registrado na súmula dos anais da casa, muito semelhante a atuação do deputado palhaço Tiririca, que em 12 anos de mandato se pronunciou duas vezes no plenário para garantir sua aposentadoria.

No seu retorno para Teresina é desnecessário qualquer tipo de delongas, apenas uma única frustração me incomoda, em uma entrevista coletiva a imprensa do Piauí a excelentíssima senhora governadora Regina Sousa, garantiu que ao término do seu mandato se recolheria em sua propriedade no campo, cuidando e incentivando o processo de agricultura familiar, da mesma forma que fez durante toda sua vida. Lamentavelmente o sabor do poder e a força do dinheiro suplantam todas as vans filosofias da roceira vencedora.

Carlos Amorim DRT 2081/PI

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Jornalista Carlos Amorim
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