Comércio e indústria de turismo estão sendo afetados diariamente pelo coronavírus. Assim como a cultura, a pandemia interrompeu milhares de espetáculos e atividades culturais no mundo. A situação da classe artística se mantém delicada. Esse setor vive de aglomeração, teatro é feito ao vivo.
Associação dos Produtores de Teatro (APTR) estima que, nas duas capitais, as temporadas de quase 350 peças tenham sido interrompidas pela pandemia, e 70% desses espetáculos não tinham patrocínio, ou seja, suas rendas dependiam exclusivamente da bilheteria.
Diante desse cenário o teatro teve que se reinventar para sobreviver, não é novidade, acostumado a sobreviver durante décadas como a chegada do cinema, televisão e videotape a esperança do setor cresce diante dessa nova prova.
O Grupo Teatro no Teatro tenta se reinventar, gerando conteúdo na internet. Participei de uma peça online e percebi que a reação do público foi positiva. Em minha pesquisa percebi que essa forma já vem sendo testada. É o streaming de peças teatrais.
Essa ideia do grupo, foi lançada durante a quarentena, criada pelas diretoras Isabella Secchin e Anna Wiltgen, foi possível assistir a peça na íntegra, sem pagar nada num modelo colaborativo com os alunos, a página ainda não gera receita.
Em um bate papo com os telespectadores, eles comentaram sobre a sensação em relação à experiência de assistir teatro no sofá, e tiveram “a sensação de estar numa plateia”.
Artistas são criativos, e encontrarão formas de reinventar a milenar arte. Um bom exemplo no Brasil é o serviço social (SESC). A instituição funciona como um Ministério da Cultura no país, e está fazendo um trabalho de linguagem em várias áreas artísticas, com atividades on-line e alternativas virtuais para realização de trabalhos teatrais.
Como atriz desejo que todos tenham consciência da importância das artes na construção da cidadania, por mais fragilizado que o cenário artístico esteja.
Mônica Silva
(Projeto Uivos e Miados)